terça-feira, 13 de março de 2012


Parapeito



Os olhos miraram através do vidro
Os muros de pedra dos prédios; palavras escritas no teto,
Outras janelas, luzes e azáleas,
Sinais de vida em retratos de cera.

Reflexos turvos no espelho,
Páginas fechadas de um livro esquecido
Dobradas na ponta como amor superado;
Telhados e fachadas, vozes vindas do nada,
As pessoas caminhando na rua
Daquí de cima parecem mesmo insetos.

Transitórios e em constante movimento agoniado
Passando uns sobre os outros
Como se fosse para sempre, como se fosse
A carne da rocha, severa e perpétua, ou
O sangue das veias de um rio distante,
Corrente
E agora sim para sempre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário